quinta-feira, 1 de agosto de 2013



A nossa história é simples,
Uma brisa gélida.

A desconstrução da alma num terreno fértil,
Com muros desbotados.
E sonhos sem rota.

A lava que semeámos escorre,
E consume a vã esperança.

Incendiámos
As letras elegíveis.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Alguém,
Alguém,
Alguém aí.

Um espectro na penumbra que não se vislumbra,
 mas que sentes como o vibrar
de algo irreconhecível.

Vem,
Vem.

Aproxima-te.
Mostra-te.

Nas tuas carnes pútridas,
Que em tempos foram firmes de tesão.
O teu respirar fétido,
Morno,
Sinto-o.
Fecho os olhos e assim permaneço.

Respeito?
Receio?

Não,
Cegueira.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Louca



Louca,
Entro na espiral que me acalenta
E me projecta a mim mesma.

Louca,
Guardo o silêncio nas veias
E na carne o fulgor.

Louca,
Perco-me de mim mesma
Neste abandono.

quinta-feira, 20 de junho de 2013




O tempo passa deixando o seu próprio rasto.
Imprime-nos cada momento.

Será que um dia o vamos recordar?

Em cada recanto de nós próprios,
guardamos os nossos segredos,
que só o tempo os conhece.

Será que um dia os vamos recordar?




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


Em tempos sonhei-te
Num sussurro cantado ao vento,
Que percorreu a proximidade da distância.
E ali
Iluminados pela noite,
Ali,
Nos vimos,
Como dois faróis.

Naquele instante,
Corri por entre os teus passos,
Percorri os teus sonhos.
Retida no teu ser,
Verdade em ti,
Ali permaneci.









Desabitados de nós próprios,
Na correnteza do sentir
Voamos por entre a bruma.

Desapegados do ser,
Habitamos o quê?

terça-feira, 22 de janeiro de 2013


No beco onde estou sentada a olhar para o céu, corre uma brisa fétida e morna.
As sombras deslocam-se a elas próprias, envolvendo cada centímetro de tijolo.
Num crime perfeito, a ausência de voo que me levou a ali permanecer, numa imobilidade complacente, em visões de um tempo inexistente.