segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Navio ao largo que navegas em aguas mansas,
Vais deslizando nesta serenidade
Oscilando suavemente.
Ao mínimo sopro deslizas mais um pouco,
Sentindo o vibrar do teu casco.

Escapa-te navio!
Procura abrigo porque se aproxima uma tempestade.
Fuge!
Protege-te!
Procura uma enseada,
Um porto seguro.

Porque não me ouves?
Porque não te deslocas?

Nessa tua persistência e fragilidade
Ai permaneces nessa imensidão
Aguardando o embate,
Sem te vergares.

Canto ao vento para te proteger
Mas este teima
Em alinhar as vagas contra ti.
Temo que nesta desigual,
A tua doce litania
Não acalme as ondas que se aproximam.
Já lhes oiço ao longe
O ribombar.

Ó doce navio.
Ó louco navio.

Essa tua coragem comove-me.
Mas valerá a pena?

Com a tua alma guerreira não sucumbes
Lutas
Mesmo que esta seja desigual.
Avanças frente a vagas e mais vagas.
Sangras,
Mas lá continuas firme.

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