Parti para aquela imensidão, planando sobre este mar azul que mais parece um espelho. Ao meu redor só o azul, o azul imenso, cristalino. Mergulho em cada pedaço de azul tentando me esquecer de mim, tentando sentir este calor morno que me acaricia, que me encanta. O vento é quente, morno e consegues senti-lo em cada pedaço. A cada metro percorrido um imenso vazio, um silêncio em que só se ouve o canto do mar. Esta doce música, este uivo. Atiro-me como se a cada batimento algo fica-se para trás, tentando me rasgar, me perder. Mas por mais que tente, por mais que percorra esta estrada não consigo alcançar o seu fim. Só este tom metalizado, esta lâmina afiada que a cada movimento espeta, dilacera.
Não adianta gritar, nada se ouve, nada se vê.
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